Dinheiro de César. Entre 1600 e 1640. Por Rubens, atualmente no
Quando respondeu ao grupo de fariseus e herodianos que lhe
perguntaram se era lícito pagar o tributo a César (Mt., 22, 15-22),
Jesus não estava apenas reenviando seus capciosos detratores à iniquidade de sua intenção. Mais do que isso, acabava de lançar
as bases da separação entre a ordem da política e a ordem do
espírito. A parábola, que o evangelista Mateus fixou em termos
sucintos, iria constituir-se, daí para frente, em espécie de fio
subterrâneo que alimentaria, através dos séculos, todas as
construções teóricas que assinam ao Estado e à Religião domínios
distintos e que, sem serem reciprocamente impermeáveis, concernem a
objetos próprios.
A sentença de Jesus retomava também, de certo modo, o conceito de
justiça, que se tinha começado a desenvolver em Roma e que
encontrou sua expressão perfeita e irretocável na regra “suum
cuique”. Em vernáculo: “a cada um o seu”. Veja o que está
escrito na Bíblia: "É lícito pagar tributo a César, ou não?"
(Mateus 22:17).
Os inimigos de Jesus pensaram que tinham maquinado um dilema sem
saída. Se Jesus dissesse para pagar os impostos, ele ficaria
impopular e dissesse para não pagar ele seria preso pelos romanos,
por traição. A maneira como Jesus resolveu o dilema foi
impressionante. "Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia,
respondeu:
_ Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do
tributo. Trouxeram-lhe um denário. E ele lhes perguntou:
_ De quem é esta efígie e inscrição?
Responderam:
_ De César.
Então lhes disse:
_ Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus"
(Mateus 22:18-21).
Jesus ao pedir uma moeda e perguntar qual era efígie e inscrição
que estavam nela deixou claro que as moedas eram propriedade de César
pois tinham sua assinatura e sua imagem nelas.
Os judeus estavam recebendo os benefícios da dominação romana e
tinham obrigação de pagar pelo que eles estavam recebendo e
devolver a propriedade de César quando exigida.
Ao evitar a armadilha, Jesus lançou o princípio básico regulando a
relação do cristão com o governo. O homem tem responsabilidade
para com o governo, no campo civil e para com Deus, no campo
espiritual.
A expressão completa é "A César o que é de César, a Deus o
que é de Deus". Palavras de Jesus Cristo, dizendo que os
cristãos não deveriam se revoltar contra o poder de César, como
eram chamados os imperadores romanos, pagando os impostos e
obedecendo as leis deles, pois o reino de Deus não era neste mundo.
Frase proferida por Jesus aos discípulos fariseus, dando a entender
que mesmo sendo este tempo em terra passageiro, não devemos deixar
de cumprir com nossas obrigações.
A
passagem é a seguinte:
Jesus,
porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais,
hipócritas?
Mostrai-me
a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
E ele
diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?
Dizem-lhe
eles: De César.
Então
ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que
é de Deus."
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