Inicialmente, logo após a Segunda Guerra Mundial, o conceito de
qualidade de vida estava relacionado a variáveis econômicas,
levando-se em consideração a obtenção de bens materiais para
avaliar o nível de qualidade de vida dos sujeitos. Aos poucos o
conceito foi sendo ampliado e passou a integrar também outros
aspectos sociais, como educação, saúde e lazer. Por um longo
período, ciência e a espiritualidade/religiosidade eram vistas como
áreas totalmente distintas e opostas.
A partir da ampliação do conceito de saúde, defendida pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) como o "estado de completo
bem-estar físico, mental e social", já se tornou comum entre
os profissionais da área, a afirmação de que saúde está mais
relacionada com o conceito de qualidade de vida do que apenas com a
ausência de doença ou enfermidade (Segre & Ferraz, 1997).
Assim, é interessante avaliar todos os aspectos envolvidos na
qualidade de vida e, consequentemente, com a saúde dos pacientes.
OS BENEFÍCIOS DA FÉ
Os profissionais de saúde podem sentir-se seguros com a abordagem
espiritual: uma análise de 42 estudos englobando mais de 125 mil
pacientes foi publicada na edição de junho de 2000, da “Health
Psychology”. O resultado apontou que todos que tenham algum tipo de
envolvimento religioso vivem mais, muito embora não tenha sido
questionado se a longevidade decorre da fé ou do meio o qual o
paciente está inserido.
Pesquisas apontam que os pacientes quando questionados sobre suas
crenças, aumentam a confiança no médico, o que ficou relacionado a
melhores resultados. Levantar a história espiritual não é sabatinar
a afiliação religiosa do paciente. O objetivo é identificar o que
é importante a um paciente e como estas crenças e valores podem
atuar no modo pelo qual o paciente lida com a doença. E deve-se
ficar claro que os profissionais de saúde não deve atuar como
pastor espiritual e sim, ter o propósito de abrir as portas para
esta abordagem, dentro de suas próprias crenças.
No Brasil, a conexão entre espiritualidade e a saúde tem atraído a
atenção de muitas pessoas, estejam ela no meio científico ou não.
As evidências positivas entre a relação religião e
espiritualidade crescem exponencialmente. Pesquisas também apontam
que a religião tem papel fundamental nas vidas dos pacientes, sendo
que a grande maioria destes acredita que sua fé pode ajudá-los a se
recuperar de suas doenças. Esta equivalência também aparece em
pacientes com patologias oncológicas, que relataram mais conforto,
com mais satisfação, felicidade e consequente diminuição da dor.
Vários Congressos tem abordado a temática da fé e espiritualidade
na área da saúde medicina. É fundamental o conhecimento de que os
congressos estão com a mentalidade aberta para os benefícios que
surgem com a inserção de valores antes não incluídos à saúde. A
prática visa muito mais que apenas conhecer qual é a religião do
paciente: o objetivo maior é a cura da alma, através do
conhecimento das crenças e de como a espiritualidade pode fazer
parte de exames clínicos regulares. Levantar a história espiritual do paciente permite que os médicos entendam os pacientes
integralmente
Diante de tais aspectos, torna-se evidente que a noção de qualidade
de vida propõe uma quebra de paradigmas, buscando englobar elementos
complexos e difíceis de serem mensurados. Além disso, podem
contribuir com a construção de uma clínica ampliada e com o
conceito de saúde biopsicossocial, onde são ressaltados os aspectos
socioeconômicos, psicológicos e culturais, que são essenciais nos
processos de prevenção, promoção e reabilitação da saúde
(Seidl & Zannon, 2004).
"PODER-SE-Á DEFINIR O QUE É TER FÉ?"
("O Consolador" -Q. 354)
“Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus,
certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o
coração repousar numa energia constante de realização divina da
personalidade.
Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: “eu
creio”, mas afirmar: “eu sei”, com todos os valores da razão
tocados pela luz do sentimento. Essa fé não pode estagnar em
nenhuma circunstância da vida e sabe trabalhar sempre,
intensificando a amplitude de sua iluminação, pela dor ou pela
responsabilidade, pelo esforço e pelo dever cumprido.
Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança
que sabe enfrentar todas as lutas e problemas, com a luz divina no
coração, e significa a humildade redentora que edifica no íntimo
do espírito a disposição sincera do discípulo, relativamente ao
“faça-se no escravo a vontade do Senhor”.”
(Do livro “O Consolador”,
ditado pelo Espírito
Emmanuel ao médium Francisco Cândido Xavier.
11ª Ed. FEB.1985: Questões
199 – p.120; e 354 - p.200.)
Segundo o Irmão NORBERTO FRANCISCO RAUCH , Reitor da PUCRS , “A
próxima idade do homem será mística ou não será nada.”
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