Aos 18 anos, tomou-se representante comercial da empresa onde
trabalhava, fato que o obrigava a viagens constantes, situação que
se manteve até a sua reforma e manteve ainda depois por mais algum
tempo. Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou
concerto. Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar
acordes para seu próprio devaneio. Não fumava, era quase
exclusivamente vegetariano e não fazia uso de bebidas fermentadas.
Encontrava na água a sua bebida ideal.
Dispondo do dinheiro necessário, comprou-o e, recolhendo-se
imediatamente ao lar, entregou-se com avidez à leitura. O próprio
Denis disse: Nele encontrei a solução clara, completa e lógica,
acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A
teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas.
O ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado,
durante o qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o
materialismo e o positivismo que olham para o Espiritismo com ironia
e risadas e os crentes das demais correntes religiosas, que não
hesitam em aliar-se aos ateus, para o ridicularizar e enfraquecer.
Léon Denis, porém, como bom paladino, enfrenta a tempestade. Os
companheiros invisíveis colocam-se ao seu lado para encorajá-lo e
exortá-lo à luta. Coragem, amigo − diz-lhe o Espírito de Jeanne
− estaremos sempre contigo para te sustentar e inspirar. Jamais
estarás só. Meios ser-te-ão dados, em tempo, para bem cumprires a
tua obra.
A 2 de novembro, de 1882, dia de Finados, um evento de capital
importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira
vez, daquele Espírito que, durante meio século, havia de ser o seu
guia, o seu melhor amigo, o seu pai espiritual − Jerônimo de Praga
−, que lhe disse: Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti.
Caminharei atrás de ti para te sustentar.
A partir de 1910, a visão de Léon Denis foi, dia após dia,
enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois anos antes, não
lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com calma e
resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a
juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o
viram queixar-se.
Todavia, é possível supor quão grande devia ser o seu sofrimento.
Apesar disso, mantinha volumosa correspondência. Jamais se
aborrecia; amava a juventude e possuía a alegria da alma. Era
inimigo da tristeza. O mal físico, para ele, devia ser bem menor do
que a angústia que experimentava pelo fato de não mais poder
manejar a pena. Secretárias ocasionais substituíam-no nesse ofício.
No entanto, a grande dificuldade para Denis, consistia em rever e
corrigir as novas edições dos seus livros e dos seus escritos.
Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à sua incomparável
memória, superava todos esses contratempos, sem molestar ou
importunar os amigos.
Após a I Grande Guerra, aprendeu Braille, o que lhe permitiu fixar
no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao
Espírito, pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer,
quase cego.
Em março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que
intitulou de O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. Neste mesmo mês,
a Revue Spirite publicava o seu derradeiro artigo.
Terça-feira, 12 de março, de 1927, pelas 13 horas, respirava Denis
com grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida
parecia abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As
suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma,
apesar da muita dificuldade, foram dirigidas à sua empregada
Georgete: É preciso terminar, resumir e… concluir. Fazia alusão
ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec. Neste preciso
momento, faltaram-lhe completamente as forças, para que pudesse
articular outras palavras. Às 21h o seu Espírito alou-se. O seu
semblante parecia ainda em êxtase.
As cerimônias fúnebres realizaram-se a 16 de abril. A seu pedido, o
enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional.
Está sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.
Escreveu, entre outras, as seguintes obras:
Cristianismo e Espiritismo (FEB)
Depois da Morte (FEB)
Espíritos e Médiuns (CELD)
Joana D’Arc, Médium (FEB)
No Invisível (FEB)
O Além e a Sobrevivência do Ser (FEB)
O Espiritismo e o Clero Católico (CELD)
O Espiritismo na Arte (Lachâtre)
O Gênio Céltico e o Mundo Invisível (CELD)
O Grande Enigma (FEB)
O Mundo Invisível e a Guerra (CELD)
O Porquê da Vida (FEB)
O Problema do Ser, do Destino e da Dor (FEB)
O Progresso (CELD)
Provas Experimentais da Sobrevivência
Socialismo e Espiritismo (O Clarim)
Fonte: O Consolador e Wikipédia
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