Em
relação à palestra pública de exposição doutrinária, em
especial, esses requisitos são ainda mais exigidos do servidor por
causa da importância que a palestra possui nos propósitos da
espiritualidade superior.
No livro Nos Domínios de
Mediunidade1, André Luiz exprime bem essa realidade
quando reproduz a fala do instrutor Áulus que explica a situação
de alguns desencarnados que, em desequilíbrio, se aproximam do
trabalho mediúnico restrito que iniciara naquela nobre instituição
espírita após a palestra pública:
- São almas em turvação
mental, que acompanham parentes, amigos ou desafetos às reuniões
públicas da instituição, e que se desligam deles quando os
encarnados se deixam renovar pelas ideias salvadoras, expressas na
palavra dos que veiculam o ensinamento doutrinário. Modificado o
centro mental daqueles que habitualmente vampirizam, essas entidades
vêem-se como despejadas da casa, porquanto, alterada a elaboração
do pensamento naqueles a quem se afeiçoam, experimentam súbitas
reviravoltas nas posições em que falsamente se equilibram. Algumas
delas, rebeladas fogem dos templos de oração como este,
detestando-lhes temporariamente os serviços e armando novas
perseguições às suas vítimas, que procuram até o reencontro;
contudo, outras, de algum modo tocadas pelas lições ouvidas,
demoram-se no local das predicações, em ansiosa expectativa,
famintas de maior esclarecimento.
Hilário, outro aprendiz postulante
como André Luiz, indaga surpreso:
- Que ocorre, porém, quando os
encarnados não prestam atenção aos ensinamentos ouvidos?
- Sem dúvida, passam pelos
santuários da fé na condição de urnas cerradas. Impermeáveis ao
bom aviso, continuando inacessíveis à mudança necessária-
responde Áulus.
Ainda curioso, pergunta:
- Sim. A
palavra desempenha significativo papel nas construções do espírito.
Sermões e conferências de sacerdotes e doutrinadores, em variados
setores da fé, sempre inspirados no Infinito Bem, guardam o objetivo
da elevação moral – acrescenta o nobre instrutor.
A reunião
pública de exposição doutrinária, seja qual for seu cunho
religioso, deve sempre formar um ambiente propício à ascensão
espiritual, trabalhando com sinceridade e fervor não só aos
encarnados, mas também aos desencarnados que se dirigem a essa assembleia, direcionando a palavra e os sentimentos para o perdão,
esperança, consolo e a resignação, estimulando-os ao esforço
próprio de superação e crescimento pessoal, baseando o que expõe
na fé raciocinada e no exemplo de vida.
O culto
religioso é respeitável e valoroso quando impulsiona e estimula aos
seus adeptos à transformação moral profunda e ao desejo de
crescimento espiritual e renovação mental que é a renovação da
vida.
Saibamos,
portanto, dignificar esse momento tão importante da reunião
fraterna na Casa Espírita: os expositores, qualificando-se para a
atividade e vivenciando o que pregam; os assistentes, valorizando a
atividade, aproveitando os ensinamentos para profundas reflexões.
Luis
Roberto Schol,
1XAVIER
, Francisco C. Nos Domínios da Mediunidade.
Pelo
Espírito André Luiz. 30 ed. Rio de Janeiro:
Federação
Espírita Brasileira, 2003. p. 42 a 44 (todos os textos em itálico
são retirados dessa obra).
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